Já são quase duas décadas de domínio deles no cinema. Impulsionados pelo sucesso Homem-Aranha, de Sam Raimi, em 2002, os filmes de super-heróis superaram os fracassos de bilheteria da década de 90 e tornaram-se sinônimos de longas filas nos shoppings em fins de semana. Diante de tantos lançamentos seguidos, parte do público - principalmente aqueles não tão habituados com o mundo dos quadrinhos - já começa a se queixar do excesso de explosões e armaduras na telona.
Se esse for o seu caso, é possível que a notícia da estreia nacional de Homem-Formiga, nesta quinta-feira (16), tenha sido recebida por aí com desinteresse. “Outro filme da Marvel? Sério?”, você pode ter dito. Mas, para a sua surpresa e de outros tantos, não se trata de mais um projeto ambicioso do estúdio para salvar o mundo. Com tom descompromissado e bom humor, a história de redenção do ladrão Scott Lang pode te agradar com outros ingredientes.
Se esse for o seu caso, é possível que a notícia da estreia nacional de Homem-Formiga, nesta quinta-feira (16), tenha sido recebida por aí com desinteresse. “Outro filme da Marvel? Sério?”, você pode ter dito. Mas, para a sua surpresa e de outros tantos, não se trata de mais um projeto ambicioso do estúdio para salvar o mundo. Com tom descompromissado e bom humor, a história de redenção do ladrão Scott Lang pode te agradar com outros ingredientes.
Quebra do “padrão Marvel”
Responsável pelos maiores sucessos de bilheteria do gênero dos últimos anos, como Os Vingadores e Homem de Ferro 3, a Marvel adota um certo padrão para os seus filmes. Embora os fãs não admitam, há quase sempre alguma força tentando destruir o universo, muitas autorreferências, piadinhas à lá Tony Stark e uma brecha escancarada para uma sequência. A maior parte destes vícios, felizmente, não é vista em Homem-Formiga. Seguindo o caminho traçado por Guardiões da Galáxia, o longa aposta em personagens imperfeitos, com histórico criminal ou descaso com familiares, pouco interessados na paz mundial. Todos eles estão muito mais interessados em resolver os próprios problemas.
Mais humor
Sob a direção de Peyton Reed, conhecido pelas comédias (não mais que razoáveis) Sim, Senhor e Separados pelo Casamento, Homem-Formiga apresenta cenas engraçadas desde os primeiros minutos, seja em sequências de ação, situações de constrangimento, nas hilárias histórias contadas por Luis (Michael Peña), o antigo parceiro de cela de Scott Lang (Paul Rudd)... Um alívio para quem não aguentava mais ouvir as mesmas piadas sobre uniformes do Homem de Ferro.
Filme de super-herói, roubo ou o quê?
Filme de super-herói, roubo ou o quê?
Além de divertido, o longa consegue mesclar com eficiência diferentes gêneros do cinema. A combinação entre as cenas de roubo e as de ficção científica é tão bem dosada que é possível que você esqueça durante a sessão que está assistindo a um filme de super-herói. Mais um ponto para a direção ágil e simples de Peyton Reed (que parece ter entendido bem as suas limitações).
Pé no chão
Pé no chão
Você sente falta de humanidade nos personagens da Marvel? Embora caia no sentimentalismo barato em alguns momentos, Homem-Formiga deve provocar empatia no público com os objetivos familiares de Scott Lang (Rudd) e doutor Hank Pym (Michael Douglas). O carisma dos dois atores - e também da forte Hope (Evangeline Lilly, a Kate da série Lost) –, aliás, é outro ponto forte do filme.
O mundo em miniatura é muito divertido
O mundo em miniatura é muito divertido
Outro grande atrativo do longa também são as engenhosas cenas com formigas. Mesmo em 2D, quem for ver o filme no cinema poderá se divertir com um universo interessante, meticulosamente produzido e particularmente engraçado. As constantes variações (nem sempre bem-sucedidas) entre a perspectiva dos humanos e a dos insetos, inclusive, servem como resumo do próprio projeto: partindo em direção oposta das produções mais famosas, Homem-Formiga acerta justamente ao aceitar o seu tamanho no universo da Marvel e limitar as suas ambições dentro do plano microscópico.
Extras
- Nem tudo funciona em Homem-Formiga. O maior problema do filme é, sem dúvida, Darren Cross, vivido por Corey Stoll. Cientista ambicioso, ele segue o padrão malvado deste tipo de filme, mostrando-se sempre fora do tom, caricato e sem motivação convincente para ter tanto espaço na história. Para ser um típico vilão da “Sessão da Tarde", só faltou uma risada maligna.
- Além disso, o filme demora muito para engrenar. Os 30 primeiros minutos de introdução não têm o mesmo ritmo do restante e podem te deixar impaciente na cadeira. Aguente firme.
- Para atender a grande demanda por filmes com super-heróis, Marvel, FOX, Warner Bros. se movimentam para produzir ainda mais títulos como este. Portanto, paciência: para os próximos quatro anos, quase 30 projetos envolvendo fantasias e armaduras já foram confirmados.
- O filme conta com duas cenas após os créditos. Ambas dão boas pistas sobre os próximos filmes da Marvel.
- Finalmente a Marvel usou efetivamente a tecnologia 3D. Se o ingresso não prejudicar o seu bolso, vale a pena pagar um pouco mais caro para ver as formigas caindo em sua direção.