SPFW Inverno 2012: sexto e ultimo dia - 24/01

O último dia da São Paulo Fashion Week  manteve a diversidade apresentada nos desfiles anteriores para as peças criadas para o inverno 2012 - em teoria, a época mais fria do ano. Apesar disso, os estilistas aproveitaram as condições tropicais, que tendem para um clima mais ameno, e abusaram de fendas, decotes, vestidos e vestidos recortados que deixam o corpo todo à mostra, abusando da sensualidade, como foi a criação da grife Amapô. De cores quentes a frias, o último dia com as criações dos "pensadores" da moda apresentou um mix de influências e de propostas para a próxima estação.













Ao som de um lindo e intenso trecho de opera, na voz de uma soprano, a Neon abriu o último dia do SPFW mostrando sua coleção no Teatro Tuca Arena da PUC. Nesta temporada as cores e aromas da linda Istambul inspiram as criações de Dudu Bertholini e Rita Comparato.

As principais formas são os tubinhos, os boleros e os paletós com tops em tomara-que-caia ou ombros em destaque, além de quadris valorizados por dobraduras amplas ou volumes. Nas famosas estampas da marca, desenhos de animais, étnicos e motivos que remetem a cultura turca.

Detalhe, para a dupla, que ama misturas de cores e matérias nas roupas, tudo na vida acaba em festa. Assim, o desfile se encerrou com o batucada de membros da batera da escola Águias de Ouro, animando o publico na saída do desfile.














Tendo como principal referência o movimento do Renascimento, a designer Fernanda Yamanoto misturou nas formas da coleção de inverno uma pitada de sportwear, formas mais secas, recortes e fendas retangulares que revelam a pele estrategicamente.

Um dos principais destaques da estação é o tecido jacquard, com ou sem brilho, que foge das tradicionais estampas. O tecido traz desenhos revelados por meio do próprio entrelaçamento dos fios, criando espécies de listras largas retrabalhadas geometricamente ao lado de motivos de tapeçarias ou inspirados em pinturas do século XV.

Pontos também para a alfaiataria, bem urbana e minimalista, em recortes combinados a detalhes recobertos por canutilhos. Na cartela de cores, tonalidades que, segundo a inspiração de Fernanda, surgiram a partir de telas a óleo, como laranja, preto, vermelho, ouro e azul-marinho.













A coleção de inverno masculino de Alexandre Herchcovitch é inspirada na indumentária dos rabinos ortodoxos -  muitos usam longos casacos, camisas e calças pretas, como simbolo de humildade desde a Idade Média, quando mudaram a cor branca de suas vestes, vistas na época como simbolo de ostentação.

Mas em vez de recorrer a obviedades, como a clássica alfaiataria e os tradicionais peiot (os cachos de cabelos laterais), Herchcovicth vai além e joga para dentro deste universo simbólico elementos esportivos e urbanos.

Desta forma, os casacos de náilon aparecem também em couro, com bastante volume, em formas que vão dos boleros ao mantôs. A estrela de Davi vira motivo de texturas e relevos de shorts, casacos e camisas e os  trech-coats vêm em diferentes comprimentos, muitas vezes marcados por faixas com franjas, remetendo explicitamente às vestes dos religiosos.

Linda a proposta de uma nova silhueta para as calças, que não são nem bermudas, nem muito compridas, nos mais diversos manterias. Bacana também a brincadeira da estamparia, que começa nas barras ou mangas dos casacos ou camisas e se entendem para a parte inferior do corpo, dando a sensação que o look é formado por uma única peça. Nas cores, nada além de cinza, preto, branco e azul.








A Amapô, da dupla Pitty Goldo e Carô Taliani, traz para passarela roupas inspiradas em estudos e rabiscos da própria coleção esboçadas no papel e influenciada por artes plásticas. Partindo desta premissa, as peças femininas aparecem em estruturas armadas, criadas por meio de tiras, revelando a pele e o underwear. Outras roupas mesclam faixas de transparências e tecidos, numa alusão ao jogo de luz e sombra.

A linha masculina, especialmente a alfaiataria, é mais comercial e abusa de paletós, calças skinny ou outras com cintura alta e bem marcada. Já o jeanswear, aparece em lavagens que vão da retrô (quase um delavê), ao tom mais bruto, com borrões e manchas realizadas com tintas para paredes, trazendo também um lindo trabalho de tressê em tramas e urdumes.

Nas cores, branco, azul e preto, além de mix multicolorido nas estampas desenvolvidas em parceria com Fabio Gurjão.










O designer paranaense André Lima encerra mais uma temporada do SPFW com chave de ouro. Os looks sofisticados do criador trazem um elaborado mix de tecidos, estampas e texturas, inclusive na inovação do uso de tweed com brilho aplicados nas exuberantes roupas de festa.

A alfaiataria é um dos pontos altos, com pantalonas de cintura marcada e casacos com recortes. Já as camisas, são cada vez mais sofisticadas e aparecem combinadas a saias longas e sensuais, trazendo detalhes em ombros ou golas.

Mestre em misturar diferentes motivos na mesma peça, os vestidos de Lima também carregam camadas de babados em shapes volumosos ou mais estruturados e colados ao corpo, tranformando mulheres num misto de sereis, deusas e divas. Nas cores, preto, ouro, amarelo queimado, laranja e tons terrosos.

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