por Kelson Santos
Não sei se todo mundo é assim, mas depois de acordar eu já fico pensando em como será meu dia, como estará o clima e que roupa usar. Até aí vocês podem pensar que fazemos isso organicamente, mas outro dia percebi que esse é simplesmente o primeiro pensamento que tenho no dia. E fiquei intrigado. Minha roupa era assim tão importante para que ganhassem minhas primeiras sinapses conscientes?
Daí percebi que a questão não são minhas roupas, mas sim o que elas causam. As impressões que as pessoas têm de mim por causa delas e que, por algum motivo, me preocupam logo cedo. A aparência que temos não deveria importar tanto, quando a pergunta realmente necessária é ‘quem nós somos?’
Generalizações são feitas ao redor do seu status social, da forma como você se veste, porta e, definitivamente, vive. A moda se tornou agente social que distingue as classes e até corrobora na estratificação. A forma como nos últimos anos percebemos isso no cognitivo das pessoas é terrível. O julgamento e a maledicência embutidos num pensamento preconceituoso substituem nossa habilidade de reconhecer alguém pelo que se é! Agora esse pensamento de reconhecimento ganha mais força pelo que se veste, ouve, come e usa.
Claro que para alguns a importância da moda é jogada de lado. E admiro quem não se importa com o que veste. A questão inegável é que mesmo não admitindo, todos nos importamos com o que os outros podem pensar sobre a nossa imagem. Do contrário não existiria twitter, facebook ou tumblr. Todos viveriam em clusters fechados com amigos sem contato com o mundo.
A única forma de escaparmos dos julgamentos alheios é termos consciência de nossas capacidades e habilidades, saber até que ponto somos seguros em determinado assunto e surpreender as pessoas que nos julgam com uma atitude que supere as expectativas já criadas.
O julgamento do que nós parecemos ser só pode ser superado pela pessoa que somos por baixo das roupas. Já surpreendeu alguém hoje?
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