Imagine um mundo superpovoado e muito poluído que é habitado por seres redondos e meio grotescos. Certo dia, um desses seres encontra uma misteriosa substância azul, e se enoja ao encostar nela e perceber que é gosmenta. Pouco tempo depois, a criatura começa a sentir um mal-estar. Vários pontinhos azuis pipocam por sua pele no caminho para casa, e de repente - bloft! - ele explode e espalha gosma azul para todo lado. É o começo de uma epidemia.
Talvez você nunca imaginaria em representar uma doença dessa maneira, mas foi exatamente assim que Alan Smith e Adam Foulkes escolheram representar o combate ao câncer na animação ‘It’s Payback Time’. Os diretores britânicos fizeram o vídeo para a campanha beneficente “Stand Up to Cancer”, que foi exibida no Reino Unido pela emissora TV Channel 4. E deu certo: além de ajudar a levantar recursos destinados a novas pesquisas e a novas formas de terapia para a cura mais rápida do câncer, Smith & Foulkes (como a dupla também é conhecida) ganharam na categoria Melhor Filme o Prêmio Publicidade Animada no Anima Mundi, o segundo maior festival de animação do mundo - e que acontece anualmente aqui no Brasil.
“Era um tema que mexe com as emoções, porém o Channel 4 queria que nós tivéssemos um pouco de humor, em vez de fazer uma produção totalmente séria sobre o câncer. E era muito importante tentar fazer com que as pessoas não se sentissem mal pela doença”, observa Alan Smith, ao que Adam Foulkes concorda: “nós não queríamos que as pessoas sentissem simpatia demais pelos personagens. Havia uma linha tênue entre elas se sentirem assim ou não, então nós usamos as piadas às custas deles”.
A sintonia dos diretores ultrapassa a produção criativa para a conversa com a Monet:os dois completam as frases um do outro, fazem piadas e riem juntos. No site da produtora em que trabalham, a Nexus (representada no Brasil pela Zohar Cinema), o portfólio deles é conjunto, e conta com trabalhos publicitários para várias marcas de peso: McDonalds, Intel e Coca-Cola, para citar alguns. Só o comercial 'Hands', feito para a Honda, tem mais de 15 milhões de visualizações no YouTube - e é provável que até você, daqui do outro lado do oceano, já tenha o visto.
Para produzir menos de dois minutos de propaganda, no entanto, muito trabalho e tempo é investido. ‘It’s Payback Time’ utilizou modelos 3D com planos de fundo em 2D, e 16 semanas foram necessárias para produzir o vídeo. “Não havia muita diferença em que nós fizemos para o que um trailer faz. Você vê a sociedade de células de câncer no começo, vê quem chegou por último, vê a doença se espalhar e aí você vê o pânico”, explica Alan Smith, enquanto Adam Foulkes brinca: “É quase um vídeo para um filme de 90 minutos!”.
A sintonia dos diretores ultrapassa a produção criativa para a conversa com a Monet:os dois completam as frases um do outro, fazem piadas e riem juntos. No site da produtora em que trabalham, a Nexus (representada no Brasil pela Zohar Cinema), o portfólio deles é conjunto, e conta com trabalhos publicitários para várias marcas de peso: McDonalds, Intel e Coca-Cola, para citar alguns. Só o comercial 'Hands', feito para a Honda, tem mais de 15 milhões de visualizações no YouTube - e é provável que até você, daqui do outro lado do oceano, já tenha o visto.
Para produzir menos de dois minutos de propaganda, no entanto, muito trabalho e tempo é investido. ‘It’s Payback Time’ utilizou modelos 3D com planos de fundo em 2D, e 16 semanas foram necessárias para produzir o vídeo. “Não havia muita diferença em que nós fizemos para o que um trailer faz. Você vê a sociedade de células de câncer no começo, vê quem chegou por último, vê a doença se espalhar e aí você vê o pânico”, explica Alan Smith, enquanto Adam Foulkes brinca: “É quase um vídeo para um filme de 90 minutos!”.
Smith & Foulkes já foram indicados para o mais famoso prêmio do mundo audiovisual: o Oscar. O trabalho indicado foi o curta-metragem animado ‘This Way Up’, que conta a história de dois homens azarados que passam por uma série de confusões para tentar entregar um caixão a um cemitério. A dupla não levou o homenzinho dourado dessa vez, mas o filme rendeu a eles vitórias em várias outras premiações, como no Sundance Festival, Ottawa Festival, Palm Springs International Film Festival e no Mundos Digitales na Espanha. Agora, os diretores estão produzindo outro trabalho original deles: “Estamos fazendo uma graphic novel interativa, a ‘Radio Jones’. Deve sair entre o final deste ano e o início de 2016”, adianta Smith.
E afinal, qual é o segredo para construir um portfólio premiado assim? “A coisa mais importante para nós é que você possa se relacionar com os personagens na tela. Você tem que se importar com eles, precisa seguir uma história”, considera Alan Smith. “Sim, é muito importante que as pessoas entendam o que você está tentando dizer. Senão, você as perdeu”, concorda Foulkes. E como sempre, Alan completa o parceiro: “Se o visual do trabalho está ótimo, mas não há uma história ou um personagem com os quais se engajar, então você falhou”. Dica anotada.
E afinal, qual é o segredo para construir um portfólio premiado assim? “A coisa mais importante para nós é que você possa se relacionar com os personagens na tela. Você tem que se importar com eles, precisa seguir uma história”, considera Alan Smith. “Sim, é muito importante que as pessoas entendam o que você está tentando dizer. Senão, você as perdeu”, concorda Foulkes. E como sempre, Alan completa o parceiro: “Se o visual do trabalho está ótimo, mas não há uma história ou um personagem com os quais se engajar, então você falhou”. Dica anotada.