O desfile da grife Walter Rodrigues foi, no mínimo, ousado, já que contraria alguns padrões da moda. Ele abordou o universo da cultura amish, um grupo religioso que vive em comunidades nos Estados Unidos e Canadá. Eles negam princípios como a tecnologia e a vaidade. E, para retratar esse mundo, o estilista apresentou modelos com maquiagem quase nula, nenhum decote e, à exceção do rosto e das mãos, nenhuma parte do corpo de fora. A marca ainda contrariou a tendência do inverno colorido e apresentou uma coleção em preto e cinza, com textura. Vermelho e azul royal aparecem em raros momentos, através de estampas.
Os casacos vêm com comprimento alongado, na altura do joelho, em sua maioria. As saias são todas longas e esvoaçantes, combinadas com coturnos sem salto. Os coletes também apareceram em diversos looks, como uma forma de sobreposição. As peças são soltas no corpo, escondendo a silhueta.
Alguns dos tecidos escolhidos foram crepe, seda e tricoline. Os acessórios se limitaram a ornamentos na cabeça, que podem ser lenços estampados ou chapéus típicos.
A grife masculina R. Groove trouxe uma coleção de inverno que alia o esporte ao estilo clássico. As calças vêm todas com vinco de alfaiataria, mas ganham modelagem mais justa ou folgada, de acordo com a combinação. Moletom e suéter são bem-vindos e podem ser combinados com bermudas de praia. A peça mais curiosa foi um bolero preto com textura de furinhos (vale lembrar que é uma marca masculina).
Estampas inusitadas são a aposta da marca, que trouxe ventiladores e flores estilizadas (bem diferentes dos desenhos florais da trupe da surf music). As cores escolhidas foram vinho, cinza, bege, azul bebê e off white. Roupas amarrotadas podem ser usadas para criar um ar relaxado chique.
A grife Àgatha criou uma coleção com muito brilho para o inverno. A ordem é usar e abusar de glitter, lurex, purpurina e tecidos metalizados, que podem vir em camisas, vestidos, shorts, calças e acessórios. A marca ainda aposta em temperaturas altas e em um inverno nada rigoroso: barriga e pernas de fora são bem-vindos.
A cintura baixa apareceu em todos os looks, contrariando a tendência de calças e saias acima do umbigo. Os tecidos escolhidos foram veludo, tricô e chamois. Os pêlos são obrigatórios em roupas e acessórios, como colares e bolsas. Casacos de lã se transformam em vestidos soltinhos e fechados. Calças e jaquetas esportivas podem ser combinadas com peças mais nobres, como alfaiataria em seda. A grife aposta em preto, cinza, vermelho e verde clarinho. Nos pés, ankle boots de salto alto.
A grife Filhas de Gaia tentou criar uma fusão improvável: o encontro entre África e Japão através da moda. Os coques de gueixa se aliaram a estampas de animais da savana. Na palheta de cores, roxo, branco e preto. Quimonos, típicos da cultura oriental, são repaginados e transformam-se em terninhos. Nenhuma peça é curta; a opção é por um estilo comportado. Os decotes estão presentes de forma geométrica, nas costas e na cintura. A maior ousadia vem por conta dos vestidos ultrajustos. Pantalonas transparentes sobrepõem shorts e complementam vestidos soltinhos. Sandálias coloridas são combinadas a vestidos metade pretos, metade brancos. A Printing levou o desfile mais luxuoso à passarela do Fashion Rio até o momento. A maioria das peças vem com brilho, seja como um efeito do tecido ou por bordados, que podem ser em cristais, miçangas e canutilhos de diversas formas geométricas: losangos, círculos e quadrados aglutinados. A inspiração nos anos 60 resultou em vestidos de corte reto com um toque evasê. A peça que mais chamou atenção foi um terno de corte masculino. Os acessórios, de metal ou resina, são não perdem o destaque na coleção. A marca apostou em preto, verde, azul e vinho. Os tecidos escolhidos foram cetim, lã, seda e crepe. |
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