por Mari Leal
Se todo o desfile deveria contar a história da inspiração para a criação de cada peça, o de Yohji Yamamoto provavelmente seria digno de uma indicação a prêmios. Os personagens seriam homens seguros e fortes e variando militares românticos ou lordes intelectuais.
Yamamoto é famoso por juntar o oriente e o ocidente e nessa coleção, ou pode-se dizer enredo, não fugiu a preferência. O estilista retira de cada uma das culturas o seu melhor e combina de maneira equilibrada cada um dos aspectos, simbolizados por abotoamentos, seda e xadrez, sem esquecer-se de acrescentar sua própria identidade, vista no movimento e caimento dos tecidos. São peças que quebram a conformidade e nos brindam com design experimental de sucesso.
Se depender de Yohji o personagem desse conto de inverno se vestiria, e muito bem, com capas e sobretudos, paletós e camisas, além de divertidas botas com fivelas que dariam inveja ao ‘Rei Sol’ e gravatas de cor inusitada.
É praticamente impossível não pensar em três personagens ao ver a coleção: Sherlock Holmes, provavelmente pelas capas, chapéu e xadrez, Rasputin, devido a algumas peças com corte lateral e pela barba de alguns modelos e, por fim, nos soldados da guerra civil, vide abotoamentos, botas e calças.
Com esses três personagens, além de tantos outros possíveis, Yohji Yamamoto mais um vez comprova o quão brilhante é aquele que sabe usar o conhecimento a favor da sua criatividade.
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